Importância das Ciências/experiências no pré-escolar

           Segundo as Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar encaramos a “Área do Conhecimento do Mundo como uma sensibilização às ciências, que poderá estar mais ou menos relacionada com o meio próximo, mas que aponta para a introdução de aspectos relativos a diferentes domínios do conhecimento humano: a história, a sociologia, a geografia, a física, a química e a biologia… que, mesmo elementares e adequados a crianças destas idades, deverão corresponder sempre a um grande rigor científico.” (Ministério da Educação, 1997, p.80).
           Em qualquer actividade o educador deve partir das noções intuitivas das crianças sem pretender que sejam memorizadas as definições técnicas da actividade a realizar. As actividades destinadas às crianças em qualquer nível de ensino decorrem, principalmente, da manipulação e da acção da criança sobre esses objectos o que estabelece uma relação de causa-efeito.

 “Inicialmente, através do seu brincar e, posteriormente, de forma mais sistematizada quando acompanhada pelo adulto, a criança vai estruturando a sua curiosidade e o desejo de saber mais sobre o mundo que a rodeia. Estarão, assim, criadas as condições para dar os primeiros passos em pequenas investigações, as quais se pretendem progressivamente mais completas.” (Martins, et al., 2009, p. 12)

           É durante as observações que as crianças fazem que surge interesse e curiosidade sobre o mundo que as rodeiam, construindo as suas próprias explicações, as quais, por vezes, não são feitas com rigor científico. No entanto, para as crianças, cada explicação tem um ponto de veracidade, cabendo ao educador fazer a sua (des)construção (Martins, et al., 2009).
           Sabendo que na idade pré-escolar as crianças já estão predispostas para a aprendizagem das ciências cabe ao educador promover actividades reais, atraentes e significantes que desenvolvam a literacia científica de modo a fomentar uma “clara intencionalidade em termos de uma continuada prática reflexiva na planificação de actividades experimentais, na sua execução e avaliação” (Sá, 2004, p. 35) a qual designamos por ensino experimental reflexivo (Sá, 2004).

Referências
Educação, M. D. (1997). Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: Ministério da Educação, Departamento de Educação Básica Gabinete para a Expansão e Desenvolvimento da Educação Pré-Escolar.

Martins, I. P., Veiga, M. L., Teixeira, F., Tenreiro-Vieira, C., Vieira, R. M., Rodrigues, A. V., et al. (2009). Despertar para a Ciência: actividades dos 3 aos 6. Lisboa: Ministério da Educação Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular.

Sá, J. (2004). Crianças Aprendem A Pensar Ciência, uma abordagem interdisciplinar. Porto: Porto Editora.


Actividade/Reflexão

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A nossa actividade correu como planeada e conseguimos atingir os nossos objectivos previamente estipulados no plano de actividades. Achamos que conseguimos cativar o interesse das crianças, fazendo com que as mais distraídas se concentrassem na actividade, conseguindo, deste modo, que todas participassem. Segundo as suas opiniões, gostaram de realizar a actividade por ser uma novidade - a massa-pão, por abarcar o manuseamento da massa e por incluir as cores.

Antes de explicarmos como procedemos para a concretização da actividade, gostaríamos de referir que a mesma foi escolhida a pensar nos gostos das crianças, nas suas características (após observação das crianças) e no que deve ser desenvolvido no jardim de infância com crianças de 4/5 anos. Também é de referir que as fotografias desta prática encontram-se no separador
Recolha Fotográfica.


Como procedemos:
Começamos por nos sentar em roda com o grande grupo iniciando a actividade com a divulgação de imagens sobre árvores de Natal que, antecipadamente, pedimos às crianças que recolhessem em casa juntamente com os pais. Depois demos seguimento com o conto de uma história de Natal, por nós criada, que serviu de estímulo/motivação para a realização da actividade pretendida. Dialogamos com as crianças acerca da história e depois dividimo-las, em pequenos grupos, pelas 3 mesas dispostas na sala.
Começamos por fazer, juntamente com as crianças, a massa-pão, miturando a farinha, a água e, posteriormente, um corante diferente em cada uma das mesas (magenta, amarelo e azul). As crianças trabalharam a massa e depois escolheram duas cores para misturar. Após obterem uma cor secundária (rouxo, verde e laranja), deixamo-las manusear a massa mais um pouco, interagindo com elas através de pequenas questões sobre como se obteve aquelas cores. Após este tempo passamos, então, para a pintura dos círculos. Distribuímo-los pelas mesas, misturamos as tintas em pequenos frascos (amarelo+magenta=laranja; azul+magenta= rouxo; azul+amarelo=verde) e pusemos nas mesas para as crianças pintarem os círculos. De forma a enriquecer esta actividade, e por sugestão da educadora, disposemos, como material auxiliar da pintura, pincéis e esponjas. Depois dos círculos estarem pintados, foram colados, pelas crianças, nas respectivas árvores de Natal feitas com cartolina.
A actividade terminou voltando a juntar o grande grupo e dialogando com as crianças sobre o que aprenderam e sobre as suas opiniões acerca da actividade. Finalmente distribuímos uma cópia da história a cada criança com objectivo de, em casa com os pais, realizarem as actividades propostas na história.