Caracterização da Crianças

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Origem social das crianças e indicadores socio-educativos/ socio profissionais dos pais
Após termos elaborado um pequeno questionário junto dos pais e, juntamente com algumas informações cedidas pela educadora, procedemos à análise dos dados tendo como resultado os gráficos abaixo apresentados.
No que diz respeito à área de residência (gráfico 1), podemos verificar que 100% das crianças residem na Freguesia de Santo António. Quanto aos dados acerca dos indicadores sócio-educativos dos pais (gráfico 2), podemos concluir que a maior parte dos pais possui o ensino secundário, com 39%, seguindo-se o 2º ciclo com 17%, o 3º ciclo e licenciatura, ambos com 14%, o 1º ciclo com 8% e, em menor número, com apenas 3%, estão os pais com mestrado.
Segundo o gráfico 3, indicadores socio-educativos dos pais, este demonstra que 28% dos pais são assalariados executantes pluriactivos (AEpl), 22% são profissionais técnicos e de enquadramento (PTE), em igualdade de percentagem encontram-se os empregados executantes (EE) e os empresários, dirigentes e profissionais liberais (EDL), com 17% e, por fim, em menor quantidade, encontram-se os operários (O) com apenas 5%. Salienta-se que 11% dos inquiridos não responderam ao questionário.
É de referir que, para a análise dos dados acerca dos indicadores socio-profissionais, consultamos o site do Instituto Nacional de Estatística, através do qual, juntamente com a matriz de construção do indicador socioprofissional de classe (ispi), de Firmino da Costa (1999), chegamos ao dados apresentados.

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Gráfico 1 - Área de residência das crianças da sala Papagaio
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Gráfico 2 - Indicadores Sócio-Educativos dos pais das crianças das sala Papagaio
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Gráfico 3 - Indicadores Sócio-Profissionais dos pais das crianças da sala Papagaio


Método de trabalho com as crianças


            Tendo como formação a teoria Piagetiana, a educadora da Sala Papagaio referiu que, na sua prática pedagógica, tenta seguir este modelo no seu trabalho com as crianças. Deste modo, em diálogo com a mesma, mencionou que prefere que as crianças trabalhem o que mais gostam e escolham o que querem fazer, pois acredita que enquanto um estádio não está bem desenvolvido, a criança não consegue passar para o seguinte.

          
Jean Piaget, citado por Fachada (s/d), divide o desenvolvimento mental da criança em quatro estádios: sensório - motor (0 aos 2 anos), pré-operatório (2 a 6 anos), operações concretas (7 a 11 anos) e operações formais (a partir dos 12 anos) (Fachada, s/d).
           Araújo, citando Piaget (1996), esccreve que o estádio pré-operatório corresponde à faixa etária compreendida entre os 2 e os 6 anos de idade. Neste estádio, as crianças utilizam a capacidade simbólica, não dependendo somente das suas sensações. Embora não saibam efectuar operações lógicas, as crianças já relacionam os significantes com os significados pois a linguagem «será a habilidade que mais vai se desenvolver.» (Araújo et al., 1996,p.12).
            Neste estádio a criança já é capaz de representar as suas vivências e a sua realidade através de diferentes significantes tais como o jogo, o desenho, a linguagem e imagem e o pensamento. Entre os 2 e os 6 anos distinguem-se dois sub - estádios: o do pensamento intuitivo e o do pensamento pré - conceptual. O pensamento intuitivo surge a partir dos 4 anos, possibilitando que a criança resolva pequenos problemas e o  pensamento pré - conceptual domina um pensamento mágico, onde os seus desejos parecem tornar-se reais. Possui, ainda, características tais como: animismo, realismo, finalismo e artificialismo[1].
            A partir dos 2 anos as crianças começam a identificar objectos e a denominá-los, começam a medir as distâncias, apercebem-se das várias direcções e pensam no espaço como uma realidade independente dos objectos que o constituem. Segundo Fachada (s/d) as principais características desta faixa etária são o egocentrismo, a irreversibilidade, o raciocínio transdutivo, o jogo simbólico e o realismo moral. 
            Piaget, considera a irreversibilidade como uma das características mais presentes no pensamento pré-operatório, pois no seu entender, a criança não tem mobilidade suficiente para compreender que quando uma determinada acção já está realizada podemos voltar atrás. Desta forma, podemos dizer que as estruturas mentais neste estádio são maioritariamente intuitivas, livres e imaginativas[2].


            O grupo, com o qual desenvolvemos a nossa actividade, possui idades compreendidas entre os 4 e os 5 anos (estádio pré-operatório) o qual, de seguida, apresentaremos um breve levantamento sobre as diferenças/semelhanças entre o que nos diz a teoria de Piaget e as características reais do grupo observado.

            Desenvolvimento físico - as crianças imitam facilmente os movimentos que observam nos outros elementos da sala, principalmente das outras crianças; executam jogos de encaixe, constroem puzzles e torres com os legos, utilizam diferentes materiais para colorir, tais como lápis de pau, de cera, de filtro, pincéis e esponjas, o que lhes permite descobrir as propriedades de cada um deles e alguns dos seus desenhos já são reconhecíveis.

            Desenvolvimento social - nas brincadeiras entre crianças começam a surgir algumas regras as quais são essenciais para uma boa organização dos jogos e até da própria segurança durante os mesmos; conseguem exprimir-se e explicar o que estão a fazer e algumas crianças já brincam com pares ou em pequenos grupos, contudo, algumas preferem brincar sós.

            Desenvolvimento intelectual, o grupo mostra um grande interesse pelo mundo que as cerca e, desde modo, estão sempre a questionar o adulto. Na construção de frases a maior parte das crianças destaca o “EU”, visto ser uma fase onde predomina o egocentrismo.

            Estas crianças não têm todas os mesmos interesses pelo que, por exemplo, quando alguma demonstra interesse numa história e a educadora ou a auxiliar da acção educativa está a lê-la as restantes crianças podem juntar-se a elas ou simplesmente estarem envolvidas noutras actividades. Na realização de uma conversa ou na simples realização de uma frase é comum as crianças misturarem o mundo real com o mundo do fantástico.

            Por fim, é ainda de salientar que o grupo da Sala Papagaio apresenta características diferentes, pois cada criança é única e tem ritmos de aprendizagem e desenvolvimento diferentes.

 
Referências

Araújo, D. M., Mineiro, C. R., & Kozely, N. T. (1996). Convivendo Com a Pré-Escola (Teoria e prática da Educação Pré-escolar). São Paulo: Editora Ática.

Fachada, M. O. (s/d). Psicologia das Relações Interpessoais. Lisboa: Edições Rumo.

[1]Consultado a 25 de Dezembro de2009, em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/psicologia/psicologia_trabalhos/cresccriancapiaget.htm

[2]Consultado a 25 de Dezembro de 2009, em: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/psicologia/psicologia_trabalhos/cresccriancapiaget.htm